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Era de Outro da Georgia

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A Georgia apresenta seus encantos, e o vinho é o destaque

Este pequeno país na Eurásia, onde o extremo leste da Europa se encontra com o extremo oeste asiático, é a Georgia! Um fenômeno de encantamentos, em todos os sentidos! Em homenagem a sua data nacional, que é comemorada oficialmente dia 26 de maio, a Revista de Luxo irá lhe apresentar  um pouco deste universo milenar, cheio de surpresas, e as novidades dos vinhos georgianos que já estão nas cartas dos melhores restaurantes brasileiros.

A convite da importadora Wine 7 (e seus representantes Séphane Queiroz e Marcelo Lelis), da Trattoria da Rosário, e do Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário, David Solomonia, juntamente com sua esposa, Sra. Olena Terentieva, e dos sommeliers Tiago Pereira e Amanda Brasil, prestigiei  uma degustação incrível das novidades que acabaram de desembarcar nos  contêiners.

Vinhos da Geórgia, uma experiência peculiar

Hoje, a maioria dos vinhos da Geórgia são elaborados por modernas técnicas de vinificação, com equipamentos europeus de última geração. No entanto, há uma tradição milenar de produção, que alguns produtores conservam, e este é o charme dos vinhos georgianos. São os “qvevri”, potes de terracota com capacidade de 100 a 3500 litros, revestido  em seu interior com uma camada de cera de abelha (para garantir sua firmeza e propriedades anti-sépticas), conhecido para armazenar vinho em seu  processo de fermentação e envelhecimento. Esta técnica vem  desde o século VII a. C, aproximadamente 8 mil anos atrás. Estas grandes ânforas (ou potes) de barro, são seladas com argila e enterradas no solo por um tempo que varia de acordo com o tipo de vinho.

Funciona assim: nestas ânforas, o vinho sofre fermentação e maturação por vários meses. Tradicionalmente, cachos inteiros de uvas são pisados; o mosto então é transferido diretamente para o “qvevri”. Após a prensagem, as películas e os talos são adicionados à ânfora, para a fermentação alcoólica. Uma vez terminada, o “qvevri” será tapado com as tampas de pedra ou de vidro, seladas hermeticamente com argila da pedra calcária ou terra, e então, a ânfora é enterrada no chão até o pescoço.

Depois de fermentar durante a longa estiagem de inverno, ele dá a luz na primavera. As talhas são abertas e o vinho será bebido ou colocado noutro “qvevri”, para envelhecimento adicional. Os vinhos produzidos desta forma têm uma textura tânica firme no palato. Os brancos desenvolvem aromas de damascos, cascas de laranja e nozes; os tintos tornam-se mais carnudos.

A Saperavi é a principal espécie de uva tinta, responsável por produz vinhos de cores encorpadas, taninos potentes, boa acidez e encorpado, aromas de frutos pretos amassados, ameixas pretas, notas defumadas e aveludado no paladar.

Já a Rkatsiteli  é a responsável pela produção do “Vinho Laranja ” ou  “Amber Wine”, a grande estrela! O vinho é produzido com a tecnologia tradicional “Kakhetian”, onde suco de uva e peles são totalmente fermentados e macerados juntos por 5-6 meses em “qvevri”.  Devido a esta técnica de produção, esta casta têm um caráter único de estilo e cor. O vinho oferece um rico e rico buquê de aromas de pinho, pêra e marmelo.


Vinho Georgiano no Brasil

No Brasil, a importadora Wine 7, proporciona o privilégio de apreciarmos estas castas, banhada de cultura e tradições, e em uma noite encantadora, ladeada dos anfitriões, tive a oportunidade de degustar alguns rótulos.

No jantar, degustamos alguns dos vinhos trazidos para o Brasil. Agradeço a Wine 7 por isso! O chef Rosário, juntamente com o sommelier Tiago Pereira cuidaram da harmonização, e o resultado foi uma noite de contemplação enogastronomica!

Durante o jantar, pude ter uma conversa deliciosa (literalmente) com o embaixador e a embaixatriz, e meus olhos encheram-se de vontade de conhecer este país com tantos encantos. Pensei.. “quem é capaz de fazer vinhos tão maravilhosos por mais de 8 mil anos, imagine o que mais poderemos  há para desfrutar!” Uma das curiosidades em nossa conversa foi que a grande maioria do povo, cerca de 71%, têm o georgiano como primeira língua, que curiosamente não faz parte das línguas indo-europeias. É, na verdade, a mais importante das línguas kartvelianas e possui seu próprio alfabeto, muito parecido com desenhos.

Rolha com descrição georgiana

Mais de 12 mil locais culturais e históricos para visitar não são a única razão pela qual a Geórgia assiste a sua expansão econômica. Dentre as suas belezas naturais estão as altas montanhas, onde se encontra uma das melhores pistas de ski da Europa, ao mesmo tempo tem o litoral do mar Negro. É um país com um povo hospitaleiro e exuberante, orgulhoso da sua história, cultura e vinhos.

“Na Geórgia há mais de 500 variedades de uva e, que, ao encontro de condições favoráveis de clima e solo, cria condições únicas para produzir vinho georgiano.” disse Marcelo Lelis, representante da Wine 7.

O vinho georgiano é um orgulho, e para eles, os georgianos, uma preferência nacional. É largamente consumido pelas famílias da Georgia, e pelos restaurantes locais. Acredito que, se você quer impactar alguém, ofereça-lhe um vinho georgiano como souvenir. Digo isto porque ele é único e você irá surpreender o presenteado em grande estilo!

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