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The winemaker Nicolas Gatti y el tiempo de vendimia

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O título escrito parte em  espanhol, parte em inglês é inusual porém apropriado para contar o momento de recoger (colher)  as uvas, escolher diretrizes, coordenar ações e empeçar ( quase empezar como em espanhol) a fazer seu vinhos pelo ítalo-argentino Nicolas Gatti.

Nicolas Gatti, é o proprietário e winemaker da Tenuta Gatti, planta suas uvas, colhe e faz seus vinhos desde 2008, todos premiadíssimos mundo a fora, curiosa que sou, candidatei-me a trabalhar  na vendimia 2017, arrumei as malas e parti para Patty, Sicilia, queria viver essa experiencia de perto e entender o porquê das escolhas feitas por esse homem obstinado em fazer  vinhos excepcionais.

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Quando setembro chegar … Bom, quando setembro chega as uvas são cuidadosamente monitoradas para a tomada de decisão da melhor data para o início da colheita, processo que acontece somente uma vez ao ano. Essa decisão vai depender do ciclo de chuva, da temperatura, da variedade…

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No momento em que cheguei a próxima uva a ser colhida era a Grillo,  uma variedade de uva branca nativa da Sicília, conhecida tradicionalmente por participar da elaboração dos vinhos fortificados na ilha de Marsala. Trata-se de uma variedade amplamente cultivada na  região, utilizada principalmente na produção de bons vinhos brancos, varietais ou blends.  Na Tenuta Gatti as uvas  Inzolia e Grillo estão plantadas em vinhedo com exposição solar norte/oeste onde sopra os ventos Maestrale e Sirocco. A grillo juntamente com a Inzolia dará vida ao  vinho Catalina, IGP Mamertino, um vinho de cor palha, aromas de flores brancas, pera, pêssego branco e especiarias, confirma em boca as frutas e apresenta uma certa mineralidade.

A jornada começa cedo, as 5 horas da manhã já estávamos acordados, as 6 horas a equipe de campo se divide, normalmente em duplas, os coordenadores posicionam caixas e baldes e num ritmo acelerado corta-se, colhe-se, agrupa-se e recolhe-se as uvas para serem desengaçadas, resfriadas, prensadas ( apenas as brancas)  e armazenadas em tanques de inox para a maceração a frio por 48 horas em média, momento que Nicolas, observa atentamente as temperaturas dos tanques, para conseguir o máximo de aromas, cor e extratos para iniciar a vinificação propriamente dita.

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Entre um dia de colheita e outro, a cantina não pára, simultaneamente a colheita, existem inúmeros momentos do vinhos ocorrendo,  apesar que tudo tem seu tempo certo de acontecer, lá não se abrevia nada, respeita-se o tempo do vinho. Atividades como fiscalizar  a higiene dos equipamentos que serão utilizados, medir o grau brix ou medição de açúcar das uvas  é feito  através de amostras de bagos de uvas colhidos em pontos distintos dos vinhedos, fundamental para se decidir qual dia cada uma das castas será colhida, avaliar  mostos para verificar se todo o açúcar já foi ‘consumido’ pelas leveduras, ou seja, se a fermentação alcoólica terminou, definindo-se o inicio da fermentação malolática, definir o momento da trafega de vinhos de um tanque para outro ( No término da fermentação malolática, as bactérias, leveduras, resíduos sólidos e matéria orgânica vão se depositando no fundo do tanque. Não é conveniente que o vinho permaneça em contato com esses depósitos, para não transmitir sabores e aromas indesejáveis. Por isso, é necessário realizar as trasfegas, atestos, filtrações e estabilização tartárica para garantir ao vinho tinto a limpidez e a estabilização desejada), observar o vinho sendo envasado certificando-se que todas as garrafas estejam no mesmo padrão de excelência, dentre outras são realizadas pessoalmente por Nicolas Gatti, o winemaker incansável.

Amostras de uvas - medir o grau brix
Amostras de uvas – medir o grau brix
avaliação do consumo do açúcar pelas leveduras
avaliação do consumo do açúcar pelas leveduras
envasando
envasando

Acompanhei a colheita também das uvas merlot e cabernet sauvignon, uvas ‘estrangeiras’ que sofreram muito esse ano, houve um grande incêndio no Monti Nebrodi e mais de 125 dias sem chuvas, com elas são feitas o laureado vinho Franco, esse ano terá uma produção menor porém com louvor habitual. Percebi que as vinhas melhores adaptadas ao terroir protegem mais os frutos, as uvas  estavam hidratadas, ou seja, o vinho nasce realmente no vinhedo.

Outubro sucede-se assim como um outro tempo similarmente, todas as uvas colhidas, vinhos sendo gerados, na Tenuta Gatti, são seis, um branco, o Catalina, o Paula, um nocera rosato,  e cinco tintos, Franco, um corte de merlot e cabernet sauvignon; Martiniano, corte de cabernet sauvignon e nero d’avola; Cvrpanè, blend de uvas raras como nocera e nero d’avola e o Sicè, varietal de nocera.

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Quanto mais acompanho o mundo vinho, seja estudando, seja trabalhando, seja vivenciando, afirmo cada vez mais o quanto é difícil se produzir bons vinhos, deixo-me seduzir pelas histórias de tantos ‘guerreiros’ que entregam-se de corpo e alma na missão de manter o vinho vivo.

Presenciei várias decisões que Nicolas tomou em relação aos seus vinhos, porém  imperscrutáveis, prefiro aceitar sua frase conclusiva: o vinho tem a ‘cara’ de quem o faz … tratando-se de Nicolas, a frase é perfeita, seus vinhos traduzem sua paixão,  determinação de levar o nome Gatti mundo a fora para receberem merecidos méritos. 

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