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Mario Vargas Llosa estreia obra infantil no CCBB

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Primeira adaptação brasileira para o teatro da obra infantil “Fonchito e a Lua” do escritor peruano Mario Vargas Llosa estreia no CCBB Brasília em 29 de março

O espetáculo “Fonchito e a Lua” está em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil, de 29 de março a 20 de abril. O peruano Mario Vargas Llosa, um dos mais respeitados escritores da atualidade e vencedor do Prêmio Nobel de Literatura em 2010, fez sua única incursão na literatura infantil com “Fonchito e a Lua” (2011), que ganha a primeira adaptação brasileira da obra que encanta crianças, jovens e adultos de todo o mundo.

A lua e seu universo encantado voam das páginas para o palco, com direção de Daniel Herz e dramaturgia de Pedro Brício. O público mergulha em uma experiência sensorial pela América Latina, em especial o Peru, país de origem do autor, recriado na direção de arte e figurino do estilista Ronaldo Fraga.

‘Fonchito e a lua’ é uma grande viagem pela descoberta do primeiro amor e por uma busca pelo impossível, a fim de torná-lo possível. Através da história de Fonchito e sua tentativa de entregar a lua para sua amada, Vargas Llosa fala novamente sobre a liberdade, a capacidade do homem de conquistar e refazer sua história, temas tão caros a sua obra “adulta”. O texto mergulha ainda na vastidão da cultura dos países da América Latina, em especial do Peru.

A montagem teatral propõe uma experiência sensorial, convidando os espectadores a embarcarem nesse passeio, através não apenas da história, mas também da direção de arte de Ronaldo Fraga, da trilha sonora de Paulo Santos – do premiado grupo mineiro Uakti – e da iluminação de Aurélio de Simoni. Os condutores da jornada são os atores Pablo Sanábio (Fonchito), Felipe Lima (Felipe/poeta), Marino Rocha (Martin/lhama de pelúcia), Raquel Rocha (professora/mãe do Fonchito/mãe da Nereida) e Thais Belchior (Nereida).

“O espectador terá um envolvimento total com a peça. Seja na cenografia ou no próprio desenho da cena, o público estará ‘em cena’“, explica Daniel Herz. Apesar da suposta classificação infantil, ‘Fonchito e a lua’ é um espetáculo para todas as idades, sem jamais infantilizar a linguagem e a narrativa. O próprio Vargas Llosa, à época do lançamento do livro, falou sobre a importância de escrever para as crianças: “Foi a realização de um sonho muito antigo, mas é muito mais difícil escrever para crianças do que para adultos. E eu acredito numa necessidade urgente de projetos que fomentem a literatura para os pequenos, uma vez que, possivelmente, seja essa a única saída para evitar o empobrecimento das próximas gerações”.

Autor da versão teatral, Pedro Brício endossa a visão do escritor: “Escrever para crianças é mais difícil, elas recebem as informações com muito frescor e intensidade. O texto tem que ter poesia, síntese, originalidade, afeto. Emoção. Pensamento. A comunicação com uma criança é a mais honesta possível”, afirma.

Para Daniel Herz, o espetáculo não tem classificação por ser repleto de singularidades. “O sonho impossível nos acompanha sempre, mesmo quando adultos. Fora isso, temos a proposta de um experimento cênico num espaço não tradicional para uma peça de teatro e a dramaturgia genial do Pedro, acompanhada pela não menos genial direção de arte do Ronaldo Fraga”, exalta. Pedro Brício complementa: “o desafio proposto pela Nereida a Fonchito – “você tem que trazer a lua para mim” – também é instigante para os adultos. É um contrassenso, um absurdo. Os adultos já viveram mais e compreendem os absurdos do amor. O lado dramático e o cômico. É uma história de vencer obstáculos e de conseguir o que parecia ser impossível. De resolver, criativamente, as coisas”.

A transposição para o teatro é um desafio instigante para Pedro Brício, que julga ser necessárias liberdade e coragem para transcender a obra original do autor: “adaptar para o teatro é recriar. O livro de Llosa é bem pequeno, não tem cenas e personagens suficientes para uma peça. É necessário ser infiel, mas tendo a obra daquele autor na cabeça, no coração. Gosto muito dos livros dele. Ao escrever, pensava em algo que fosse fiel à ideia original, ao sentimento do livro. Pensava em algo que, se Llosa fosse ler, que ele pudesse gostar”.

‘Fonchito e a lua’ ocupa um espaço alternativo no CCBB que deu novas possibilidades cênicas para os criadores. O público já embarcará no universo latino antes mesmo de chegar à sala onde se passará a peça, através de uma ambientação especialmente criada para a montagem.

A trilha sonora também foi composta para a cena teatral, com a assinatura de Paulo Santos, do Uakti. “A música tem que compor com essa experiência sensorial. O Uakti traz uma pesquisa de sonoridade perfeita para isso”, explica Daniel Herz. “Eu me inspirei na historia fantástica da peça e  seus  personagens, tomando o caminho sonoro da busca de Fonchito pela lua e a poesia que envolve esta  busca”, explica Paulo Santos.

‘Fonchito e a lua’ é uma realização do Banco do Brasil e Ministério da Cultura, com patrocínio da OI e Multiterminais e apoio cultural do Oi Futuro.

“Fonchito e a Lua” tem direção de Daniel Herz, dramaturgia de Pedro Brício, direção de arte de Ronaldo Fraga e trilha sonora de Paulo Santos, do grupo mineiro Uakti
“Fonchito e a Lua” tem direção de Daniel Herz, dramaturgia de Pedro Brício, direção de arte de Ronaldo Fraga e trilha sonora de Paulo Santos, do grupo mineiro Uakti

Sobre Mário Vargas Llosa:

Nascido na cidade peruana de Arequipa, em 1936, Mario Vargas Llosa faz da sua literatura um manifesto a favor da liberdade individual, contra a desigualdade social e a realidade opressiva no Peru. Muitos dos seus escritos são autobiográficos, como ‘A cidade e os Cachorros’ (1963), ‘A Casa Verde’ (1966) e ‘Tia Júlia e o Escrevinhador’ (1977). Em 1991, publicou ‘Peixe na água’, relato de sua experiência como candidato a presidente do Peru.

Em sete de outubro de 2010, foi agraciado com o Prêmio Nobel de Literatura pela Academia Sueca de Ciências “por sua cartografia de estruturas de poder e suas imagens vigorosas sobre a resistência, revolta e derrota individual”.

Além da sua escrita, Vargas Llosa teve efetiva participação política no seu país. Em 1983, a pedido do próprio presidente Fernando Belaunde Terry, presidiu uma comissão que investigou o assassinato de oito jornalistas, mortos em Ayacucho, durante uma campanha contra o movimento maoísta Sendeiro Luminoso. Em 1987, iniciou o movimento político liberal contra a estatização da economia, que foi de encontro ao presidente Alan García. Em 1990, concorreu à presidência do país com a Frente Demócrata (FREDEMO), partido de centro-direita, vencendo o primeiro turno, mas perdendo para Alberto Fujimori no segundo turno.

Ao longo de sua carreira, Mario Vargas Llosa recebeu inúmeros prêmios e condecorações, além do Nobel. Entre eles, o Prêmio Cervantes, em 1994, o Prêmio Rómulo Gallegos (1967), o Prêmio Nacional de Novela do Peru em 1967, por seu romance ‘A Casa Verde’, o Prêmio Príncipe das Astúrias de Letras Espanha (1986) e o Prêmio da Paz de Autores da Alemanha, concedido na Feira do Livro de Frankfurt (1997). Em 1993, foi concedido o Prêmio Planeta por seu romance ‘Lituma nos Andes’. É membro da Academia Peruana de Línguas desde 1977, e da Real Academia Española (RAE), desde 1994.

Vargas Llosa foi condecorado pelo governo francês com a Medalha de Honra (em http://pt.wikipedia.org/wiki/19851985) e tem vários doutorados honoris causa por universidades da Europa, América e Ásia: Universidade de Yale (1994), Universidade de Israel (1998), Harvard (1999), Universidade de Lima (2001), Oxford (2003), Universidade Europeia de Madrid (2005) e Sorbonne (2005).

Fonchito e a Lua

De 29 de março a 20 de abril
Sábados e Domingos, às 15h e às 17h
Pavilhão I (Centro Cultural Banco do Brasil – SCES, Trecho 2)
R$ 10,00 (inteira) / R$ 5,00 (meia-entrada)
Ônibus gratuito. Verifique horários e locais de saída.
Info 61 3108 7600 | bb.com.br/cultura | twitter.com/ccbb_df | fb.com/ccbb.brasilia
SAC 0800 729 0722 | Ouvidoria BB 0800 729 5678 | Deficiente Auditivo ou de Fala 0800 729 0088
Duração: 60 minutos

Classificação etária: recomendada a partir de 06 anos

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